Caso Vitória: Delegado afirma que indivíduo preso é psicopata e obcecado pela vítima
- Fau Barbosa
- 19 de mar.
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Na manhã desta terça-feira (18), o diretor do DEMACRO (Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo), Dr. Luiz Carlos do Carmo, realizou mais uma coletiva de imprensa para falar sobre o Caso Vitória. Ele abriu a coletiva agradecendo a imprensa e a todos os policiais que participaram do trabalho investigativo - e que está quase terminado -, do terrível caso que vitimou a adolescente Vitória, de 17 anos.
O delegado explicou a Persecução Penal que é uma atividade complexa que envolve diversas etapas, como a investigação e o processo criminal e que estabelece protocolos padronizados. Um deles é o segredo de justiça.
"Eu gostaria de apontar que o único autor desse crime que vitimou a Vitória foi o Maicol Sales", disse se referindo ao indivíduo de 27 anos que está preso.
As provas
"As provas foram carreadas no Inquérito Policial pela equipe do Dr. Flávio e não restam dúvidas que ele praticou esse crime sozinho", destacou o delegado, informando que há várias provas contra o criminoso.
São elas:
Foi obtido testemunhos de que ele estava na cena do crime no momento do arrebatamento da vítima. "A testemunha foi clara e objetiva sobre o veículo, que era dele. A pessoa que estava no interior do veículo estava com capuz. A polícia investigou e descobriu que o capuz foi comprado por ele no Mercado Livre. É uma bataclava", explicou o delegado.
A Polícia também identificou objetos (uma pá e uma enxada), que foram localizadas próximas ao corpo da vítima. "Elas foram reconehcidas pelo pai, como sendo dele", disse.
O sistema Cellebrite da Polícia Civil vasculhou o celular do suspeito. "Nós temos também a prova que foi feita com nosso sistema Cellebrite, onde foi feita a apreensão do celular no Micael com a medida da quebra de sigilo, e esse celular apontou que ele estava monitorando a vítima desde o ano passado", relatou.
Segundo o delegado, várias fotos da vítima foram localizadas dentro do celular, principalmente no dia do arrebatamento. "Isso nos leva a crer sobre a participação dele sozinho. É muito difícil ter um criminoso que trabalha conjunto, com o mesmo perfil comportamental", ressaltou. "Uma pessoa dessa não consegue trabalhar com outro psicopata. Na literatura, a psicologia forense demonstra que só ele poderia estar praticando esse crime. Geralmente, eles são extremamente narcisistas, extremamente egocêntricos e controladores. Ele não conseguiria, entre ele e um outro, ter uma empatia ou uma lealdade entre eles, pois isso geraria um conflito entre eles. Então, na literatura criminológica, fica claro que somente ele praticou esse crime", ressaltou. O delegado de Cajamar, Dr. Flávio, destacou que a investigação foi toda pautada em provas técnicas.
A Polícia afirmou que Maicol já vinha perseguindo a vítima tipo "stalker", há muito tempo. "Entre outras provas obtidas, a prova cabal foi ontem, quando ele quis confessar os crimes. Essa confissão foi tomada pelo Dr. Flávio e fica muito claro que ele era obcecado pela vítima. Na busca do Cellebrite encontramos 50 fotos de pessoas com a mesma aparência, jovens, aparência física, muito parecidas com a vítima. Tanto que a Polícia procurou imediatamente identificar por facial, todas aquelas pessoas para ver se tinha algum "B.O." de desaparecimento"destacou. Felizmente, nada tinha acontecido.
Outros investigados
De acordo com o delegado, as pessoas que acabaram sendo investigadas estavam, logicamente, em algum momento, relacionadas com a vítima.
"E esse é o trabalho da Polícia. O ambiente emocional não pode influenciar na análise dos fatos, e a Polícia é objetiva, ela busca a verdade real e as provas, e isso foi feito com muita propriedade pela equipe do Dr. Flávio, pela equipe da Seccional de Franco da Rocha, Dr. Aldo Galiano e todos os outros policiais envolvidos", disse. "Hoje, praticamente faltam alguns laudos, mas sabemos que a vítima morreu por uma hemorragia traumática decorrente de um instrumento pérfuro-cortante, que é uma arma", disse o delegado Luiz Carlos do Carmo.
O criminoso
"Ele fala da arma, ele fala que realmente esfaqueou a vítima no momento do arrebatamento, e por isso o laudo sexológico não tem sêmen", explicou o delegado sobre a suspeita de estupro. "Não tenho a menor dúvida quanto a ele ser o autor desse crime", afirmou.
Para a Polícia, o indivíduo é muito contraditório. "Essa confissão não é a prova absoluta. Tem que estar conectada a outras provas. Ele tinha um planejamento sigiloso. Tudo indica que houve uma reação da vítima logo quando ela foi arrebatada. Ele tem um transtorno mental. Ele é um psicopata. A motivação é a obsessão", finalizou.
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