Em audiência de custódia realizada na manhã desta terça-feira (7), o Guarda Civil de Osasco Henrique Marival de Souza, teve sua prisão em flagrante convertida em prisão preventiva pela Justiça. O GCM foi preso no início da noite desta segunda-feira (6) após atirar e matar o secretário-adjunto de Segurança de Osasco, Adilson Moreira.
Moreira, que completaria 54 anos no próximo dia 12 de janeiro, foi tragicamente assassinado após uma reunião na sede da Prefeitura de Osasco.
Segundo a decisão do M.M. Juiz do Foro Plantão da 04ªCJ de Osasco, "O homicídio qualificado apresenta circunstâncias qualificadoras, sobretudo pelo emprego de arma de fogo, impossibilitando a defesa da vítima, bem como pelo motivo fútil do crime", escreveu o juiz, chamando o crime de "estarrecedor".
A decisão cita ainda que "pelas características hediondas, violentas e de irracionalidade que envolvem o crime, revelam bem a enorme periculosidade do agente. Não se pode ouvidar ainda, se tratar de pessoa com treinamento de tiro, bem como que demonstrou instabilidade emocional muito grande, tudo a corroborar a conclusão de que sua liberdade significaria grande risco para terceiros", diz o documento homologando a prisão.
Entenda o caso
Segundo os detalhes do boletim de ocorrência, registrado na Seccional de Osasco, o crime foi motivado devido a mudança em andamento na gestão da Prefeitura, após a eleição de outubro. Uma reunião foi convocada pelo secretário-adjunto de Segurança para às 15h, da segunda-feira, 6. O objetivo era informar que seriam realizadas alterações na composição da equipe de segurança pessoal do prefeito Gerson Pessoa e da primeira-dama.
O secretário passou a anunciar as mudanças de quem permaneceria na equipe e quem retornaria aos quadros da Guarda Civil. O GCM integrava a equipe de segurança da primeira-dama e como a maioria dos presentes, havia sido anunciado como um dos que deixariam a equipe de segurança.
Segundo informações prestadas por um colega de farda, o GCM estava inconformado, tendo dito a um guarda “que não achava justo”. “Embora irresignado, não aparentava estar exaltado para além do normal”, diz o depoimento.
Quando foi finalizada a reunião, Moreira anunciou que poderia receber em particular naquela mesma sala, aqueles que quisessem conversar com ele pessoalmente para tratar de algum assunto. No final, o GCM teria entrado na sala, fechado a porta e feito diversos (pelo menos oito) disparos de arma de fogo, alguns dos quais vieram a atingir o secretário mortalmente.
Segundo o boletim de ocorrência, antes da chegada do GATE, o comandante da GCM tentou conversar com o guarda, que teria inicialmente respondido: “Você me conhece”. Quando o comandante perguntou “Como está o Moreira?”, o guarda respondeu: “Você já sabe, você já sabe. Esse cara é sujo”. De acordo com o depoimento, o GCM repetia esta frase e ainda teria dito: “Aqui dentro, só tem eu, o Moreira e o demônio”. Em seguida, pediu a presença dos seus advogados.
Os fatos culminaram com a prisão em flagrante do GCM, o qual foi detido pelos policiais do GATE. Após a negociação para sua rendição, ele finalmente destrancou a porta e se entregou.
A vítima não portava arma de fogo no momento dos fatos, sendo sua arma localizada após o crime, em sua casa, por uma guarnição da Guarda Civil. O caso foi registrado no 5º DP da Seccional de Osasco, como “Homicídio Qualificado (art. 121)”.
A investigação prossegue e deve obter mais detalhes do caso nos próximos dias.
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