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Aumento do consumo de álcool na pandemia traz riscos de câncer


Oncologista explica como prevenir a doença

 

A recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) para que os países limitem a venda de bebidas alcoólicas, durante a pandemia, disparou o sinal de alerta para os problemas que o consumo inadequado dessas substâncias pode provocar à saúde da população.


Ramon Andrade de Mello, médico oncologista, professor da disciplina de oncologia clínica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e da Escola de Medicina da Universidade do Algarve (Portugal), explica que o consumo de bebidas alcoólicas aumenta o risco de diferentes tipos de câncer como boca, faringe, esôfago, estômago, fígado, intestino (cólon e reto) e mama.


O consumo de bebidas alcoólicas cresceu significativamente em alguns países durante a quarentena. Na Rússia, as vendas de vodca dispararam 65% de fevereiro para março, no início do isolamento social. Já nos Estados Unidos, a alta foi de 55% no fim de março, no começo das restrições de circulação. No Brasil, alguns setores também confirmaram o aumento das vendas dos produtos do setor.


O oncologista do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein pontua que o álcool pode funcionar como solvente no intestino: “Isso vai facilitar a entrada de outras substâncias carcinogênicas nas células. Por isso, quanto maior a dose e o tempo de exposição, maiores as chances de desenvolver tumores cancerígenos”.


O professor da Unifesp ressalta que o consumo associado de álcool e cigarro potencializa os danos ao organismo e aumenta a possibilidade de diagnóstico de câncer. “Ter hábitos e alimentação saudáveis é a base da prevenção para a maioria dos tumores, principalmente com uma dieta rica em produtos in natura”, especifica o médico oncologista.

Sobre Ramon Andrade de Mello

Oncologista clínico e professor adjunto de Cancerologia Clínica da Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Ramon Andrade de Mello tem pós-doutorado em Pesquisa Clínica no Câncer de Pulmão no Royal Marsden NHS Foundation Trust (Inglaterra) e doutorado (PhD) em Oncologia Molecular pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal).

O médico tem título de especialista em Oncologia Clínica, Ministério da Saúde de Portugal e Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO). Além disso, Ramon tem título de Fellow of the American College of Physician (EUA) e é membro do Comitê Educacional de Tumores Gastrointestinal (ESMO GI Faculty) da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (European Society for Medical Oncology – ESMO), Membro do Conselho Consultivo (Advisory Board Member) da Escola Europeia de Oncologia (European School of Oncology – ESO) e ex-membro do Comitê Educacional de Tumores do Gastrointestinal Alto (mandato 2016-2019) da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (American Society of Clinical Oncology – ASCO). 


O oncologista é do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e Hospital 9 de Julho, em São Paulo, SP, e do Centro de Diagnóstico da Unimed (CDU), em Bauru (SP).


Foto: Fau Barbosa

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