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Foto do escritorDa Redação

Carapicuíba: Nova fase da "Operação Raio-X" leva mais quatro para a prisão


Foram desviados mais de 10 milhões de reais, que deviam ter sido empregados no Hospital Geral de Carapicuíba e AME de Carapicuíba.

 

A Operação Raio-X que apura desvio de dinheiro público da área da saúde, por meio de vários contratos de serviços não prestados e superfaturados, foi deflagrada em 29 de setembro do ano passado (2020). Na ocasião, várias pessoas foram presas e respondem a processos por organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.


Em Carapicuíba, foram desviados mais de 10 milhões de reais, que deviam ter sido empregados no Hospital Geral de Carapicuíba e AME de Carapicuíba, entre dezembro de 2018 e setembro de 2020, quando as unidades eram geridas pela Organização Social de Saúde Associação Irmandade de Pacaembu.


Nesta semana, o Ministério Público da cidade ofereceu denúncia contra 14 pessoas, sendo o líder da organização criminosa, os integrantes do núcleo administrativo, e o integrante do núcleo chefia. Ainda são réus os donos das empresas que receberam o dinheiro público desviado e as pessoas que se tornaram funcionários “fantasmas”, recebendo salários sem comparecer aos postos de trabalho. Cada um responderá pelos crimes para os quais concorreram, como organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.


A pedido da Promotoria de Justiça de Carapicuíba, a Justiça decretou a prisão e busca e apreensão contra três dos indivíduos, sendo as ordens cumpridas nesta manhã de sábado (03.07.21). Também foi decretada a prisão do líder da organização e uma das donas de empresa, que já estão respondendo a outros processos. Os demais vão responder em liberdade, mas estão proibidos de acessar sedes ou filiais de pessoas jurídicas que prestam serviços do Poder Público, não podem ausentar-se na comarca de domicílio por mais de dez dias sem autorização, não podem manter contato com as testemunhas do processo e não podem exercer função pública ou atividades em pessoas jurídicas contratadas pelo Poder Público.


A operação ocorreu nas cidades de Agudos, Salto e São Paulo, bem como em Curitiba, no Paraná, com empenho de 30 policiais civis do DEIC (Departamento Estadual de Investigações Criminais) da Região de Araçatuba. Foram apreendidos documentos, eletrônicos, valores em dinheiro e bens.


Os denunciados serão citados para apresentar resposta à acusação, poderão arrolar testemunhas e produzir outras provas úteis à suas defesas. Para maior celeridade, a Justiça já marcou audiência para dia 20 de outubro (2021).


Todos os denunciados já respondem a ação civil pública pelos mesmos fatos e tiveram seus bens declarados indisponíveis.


A investigação ainda prossegue quanto a outros contratos suspeitos e pessoas envolvidas.

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Sobre as pessoas presas

O líder do esquema criminoso, ficou recentemente conhecido por tentar enganar o STF com exames médicos falsos, para tentar conquistar sua liberdade.

Dois dos indiciados eram Diretores do Hospital Geral de Carapicuíba e foram responsáveis diretos pelos contratos que justificavam formalmente a saída do dinheiro dos cofres públicos.

Dois outros empresários receberam dinheiro desviado e devolviam parte para integrantes da organização criminosa.

Um outro já é bastante conhecido por ter sido um dos integrantes da Máfia da Merenda, desbaratada em 2012. Aqui atuou em superfaturamento do contrato de fornecimento de alimentação por meio da Supera e, ainda, providenciou a compra em nome da empresa de um avião de propriedade do líder da organização criminosa.

O integrante do núcleo chefia repassava ordens do líder, cobrava e exigia execução de tarefas dos demais membros. Ainda figurou como motorista “fantasma” do HGC.

A dona de empresa, diretamente atrelada a integrantes do núcleo administrativo, abriu empresas especificamente para os desvios, sacava em dinheiro o produto do crime e distribuía entre os demais membros da organização criminosa.


Do Ministério Público de Carapicuíba

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