Por Fau Barbosa
Nesta sexta-feira, 2, uma reunião foi realizada na E.M. Jd. do Engenho, entre pais e mãe de alunos, para debater sobre o fechamento de diversas salas de aula do Ensino Fundamental II.
Além da E.M. Jd do Engenho, outras duas escolas também passarão pela mudança: E.M. Crianças de Cotia, no Pq Miguel Mirizola, e E.M. Samuel da Silva Filho, no Mirante da Mata. Com o fechamento das salas nas três escolas, cerca de 877 alunos serão remanejados para outras unidades.
Segundo a Secretaria de Educação, a rede municipal de ensino de Cotia passará por uma reorganização na modalidade de ensino. A reorganização visa o atendimento de toda a demanda escolar do município, desde o berçário até ao 9º ano.
Protesto
Durante a reunião, os pais dos alunos decidiram que farão um protesto em frente à Prefeitura na próxima segunda-feira, 5. Eles se reunirão em frente à escola, na Rua das Doninhas, às 7h. De lá, seguem para a frente da Prefeitura de Cotia. A previsão é que o protesto aconteça a partir das 8h.
"Ficamos sabendo na semana passada do fechamento do Fundamental 2, na escola Jardim do Engenho, e vão direcionar nossos filhos para a escola Carlos Ferreira. Essa escola é contra mão sendo que o acesso, as crianças vão ter que atravessar a passarela na Raposo e pegar outro ônibus....E o perigo? Eles decidem sem nos comunicar nada!", disse uma das mães à reportagem do Portal Viva.
Por meio de nota, os professores do Ensino Fundamental fizeram uma declaração sobre o fechamento das salas, onde chamam a decisão de "arbitrária e autoritária", citando a proximidade dos alunos e da escola e a dificuldade dos alunos com necessidades especiais.
Leia a nota dos professores:
"Na última semana de agosto de 2022 fomos informados pela Secretaria da Educação do Município de Cotia que as escolas: Samuel da Silva Filho, Crianças de Cotia e Jardim do Engenho perderão em 2023 salas do Ensino Fundamental II. Tal decisão, tomada de forma arbitrária e autoritária, afeta de maneira grave os professores, os auxiliares, os funcionários, os gestores, os alunos e as famílias do município. Para os alunos, as principais consequências são a necessidade de estudar em escolas distantes, pegar ônibus superlotados e perder um extenso tempo no deslocamento de casa para a escola. Cabe lembrar que os alunos que estudarão no período da manhã, recém saídos do 5° ano, terão que pegar a condução por volta das 06h00 da manhã, e aqueles que estudam no período da tarde, chegarão em suas casas por volta das 20h00 (noite). Os alunos com necessidades especiais, que precisam de acompanhamento constante, perderão seus professores auxiliares, fundamentais para o desenvolvimento da aprendizagem dessas crianças. Já para os professores, essa ação impensada por parte da Secretaria, representa mais um duro golpe de tantos outros já desferidos pela atual gestão municipal. Muitos professores estão nessas escolas há mais de 10, 15 ou 20 anos e nelas solidificaram um trabalho que ultrapassa a sala de aula, sendo reconhecidos e admirados pela comunidade do entorno escolar. Afirmamos que retirar o direito do aluno de estudar em uma escola próxima de sua residência (que faz tanta diferença para a população dos bairros no quais estão instaladas) mostra a falta de critérios pedagógicos e mesmo gerenciais na tomada da decisão, além da negligência pela resolução de importantes problemas relacionados à educação. Por fim, somente a união de todos: professores auxiliares, alunos e familiares pode gerar a força necessária para sensibilizar aqueles que decidem sobre a educação no município, com intuito de que revertam essa decisão equivocada. Nenhuma sala ou escola fechada em Cotia! Pela gestão democrática na educação!"
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